Este foi o fim de ano mais triste da minha vida. Perdi meu
irmão. Com a ausência dele minha família
reduziu-se drasticamente. Ele fazia mil coisas e era como se fosse mais de uma
pessoa aqui em casa.
A dor que a falta dele provocou em mim me fez pensar nas
milhares de famílias pelo mundo afora que também passam pela mesma situação de
perder um ente querido e sofrem sua dor em silêncio. Vitimas de tragédias, de doenças, da violência
... não importa. Nunca estamos preparados para perder um ente querido. Nunca.
Nem quando é por doença, quando a perda se dá aos poucos. Nem assim. Sempre
resta uma esperança de um restabelecimento.
Este ano, parece ter sido pior... não sei se por minha
experiência pessoal ter me deixado sensível à dor alheia: uma família atingida
por um raio na praia, outra família que se foi em um acidente de
helicóptero, outras tantas destruídas
pelo acidente aéreo.
É ... nossa dor nos torna realmente mais sensíveis à dor
alheia... Quando as torres gêmeas foram destruídas no september 11, quando o edifício
Palace 1 da barra ruiu, quando houve o tsunami na Asia, quando houve o furacão em
New Orleans, quando houve o incêndio na boate Santa Maria ... eu estava bem, eu
estava feliz. A dor alheia passou somente de raspão na minha alma. Fiquei
sensível, mas não tanto quanto agora. Agora penso na expectativa das famílias por
reencontrar os entes queridos que bem provavelmente já tenham partido, e na dor
deles ao constatar que já não há mais o que esperar.
Meus sinceros pêsames. Meus sentimentos a todos eles. Agora
posso dizer que compartilho de sua dor e que sei como se sentem.
As palavras de conforto para eles são as mesmas que tenho
lido e ouvido: A fé – para quem a tem – ajuda a confortar. A oração ajuda a
aliviar a dor. E o tempo... só ele para lavar a alma das dores, deixando
somente a saudade. Lamento.... mas não há mais que possa ser dito, não há mais
que possa ser feito.
Força!!