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terça-feira, 1 de maio de 2007
Paz
PAZ
A paz é como
Aquele suspiro,
Leve e inocente,
Que a gente
Dá durante o sono.
Tem a leveza
De uma folha
De outono.
E a delicadeza
De uma bolha de sabão.
É a gostosa
Sensação
De quem
Termina a lição.
Ou encontra
Um bichinho
Perdido.
Ou visita
Um amigo
Querido.
Paz é
Andar
Descalço,
Onde tudo
É verdadeiro
E nada é falso.
Onde tem paz,
Não tem criança
Pedindo esmola
Na rua.
Não tem poluição
Escondendo
A lua.
Paz é
Futebol sem briga.
Pic-nic
Sem formiga.
Cidade
Sem ladrão.
Não ter medo
De injeção.
Vampiro
Sem dente.
O tristonho,
Contente.
Paz é
Colo de mãe
E abraço
De pai.
Outro dia,
Quietinho num canto,
Olha só
O que eu pensei:
A paz é
Tão boa,
Mas
Tão boa,
Que devia
Ser lei.
Lalau, O Estado de São Paulo, Estadinho
(achei aqui)
A paz é como
Aquele suspiro,
Leve e inocente,
Que a gente
Dá durante o sono.
Tem a leveza
De uma folha
De outono.
E a delicadeza
De uma bolha de sabão.
É a gostosa
Sensação
De quem
Termina a lição.
Ou encontra
Um bichinho
Perdido.
Ou visita
Um amigo
Querido.
Paz é
Andar
Descalço,
Onde tudo
É verdadeiro
E nada é falso.
Onde tem paz,
Não tem criança
Pedindo esmola
Na rua.
Não tem poluição
Escondendo
A lua.
Paz é
Futebol sem briga.
Pic-nic
Sem formiga.
Cidade
Sem ladrão.
Não ter medo
De injeção.
Vampiro
Sem dente.
O tristonho,
Contente.
Paz é
Colo de mãe
E abraço
De pai.
Outro dia,
Quietinho num canto,
Olha só
O que eu pensei:
A paz é
Tão boa,
Mas
Tão boa,
Que devia
Ser lei.
Lalau, O Estado de São Paulo, Estadinho
(achei aqui)
Maiakoviski
Na primeira noite, eles se aproximam
colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem
pisam nossas flores,
matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Ate que um dia, o mais frágil deles,
entra em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
(Maiakoviski)
.... Depois de Maiakoviski...
Primeiro levaram os negros.
Mas eu não me importei com isso,
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis,
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei.
Agora também estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.
(Bertold Brecht 1898-1956)
Um dia vieram e levaram meu vizinho, que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia vieram e me levaram
Já não havia ninguém para reclamar.
(Martin Niemöler 1933 – símbolo da resistência aos nazistas)
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima;
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam as ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, onde não habito;
Em seguida, arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho.
(Cláudio Humberto 09-Fev-2007)
O que os outros disseram foi depois de ler Maiakoviski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos, os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra há muito se tornou inútil...
Até quando???
colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem
pisam nossas flores,
matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Ate que um dia, o mais frágil deles,
entra em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.
(Maiakoviski)
.... Depois de Maiakoviski...
Primeiro levaram os negros.
Mas eu não me importei com isso,
Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis,
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei.
Agora também estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.
(Bertold Brecht 1898-1956)
Um dia vieram e levaram meu vizinho, que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia vieram e me levaram
Já não havia ninguém para reclamar.
(Martin Niemöler 1933 – símbolo da resistência aos nazistas)
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima;
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam as ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, onde não habito;
Em seguida, arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho.
(Cláudio Humberto 09-Fev-2007)
O que os outros disseram foi depois de ler Maiakoviski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos, os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra há muito se tornou inútil...
Até quando???
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