sexta-feira, 15 de junho de 2007

SAARA

Hoje estive passeando pelo Saara. Para quem não é do RJ e/ou por aqui nunca esteve e nem sabe do que estou falando Saara é um complexo de lojas, uma do ladinho da outra, como se fossem bancas no camelódromo... só que ocupando regularmente uma rua... uma não, muitas ruas. Uma versão shopping do Saara é o Infoshop que temos aqui no RJ, no conhecido prédio Ed. Avenida Central localizado próximo ao metrô [da estação] Carioca.
O Saara, corrigindo SAARA - Sociedade dos Amigos e Adjacências da Rua da Alfândega - no passado não muito distante foi sinônimo de lojas com artigos de baixa qualidade, muito baratos, muito populares, sabe loja de $ 1,99? então.. tinha aos montes por lá!
De lá pra cá o SAARA evoluiu! Possui um site que divulga notícias! com mapa! e uma rádio que anuncia as ofertas de suas lojas.
Pois é.. Hoje cheguei lá. Ia matar o tempo. Entrei com uma certa visão preconceituosa achando que iria encontrar apenas coisinhas e tendo em mente os flashes do RJ TV sobre o movimento das compras de Natal no SAARA. É... muita gente faz compras de Natal no SAARA, assim como na Rua 25 de março, em SP. E sabe o que ouvi na Rádio SAARA, fiquei até surpresa... Eles estão anunciando em espanhol!! e como se isso não bastasse, estão procurando locutores fluentes neste idioma e em inglês tb. Interessante, não? Como os comerciantes se associaram e tiveram a visão de projetar seu comércio também para os turistas... (muitos deles vão fazer compras por lá) e melhor, para quem vem ao Brasil por conta dos Jogos Pan-americanos!

Sobre o Rio - perrengues cariocas


Editado: imagens do SAARA.

Adorei estes mini-manequins que servem para pendurar colares, pulseiras ou simplesmente enfeitar!





quinta-feira, 14 de junho de 2007

A VIAGEM!! Lagos Andinos : SOLETUR!!!

PARTE 1 – SÓ ALEGRIA!! QUE GATINHO LINDO!

Minha viagem começou bem, no dia 14/outubro/2001, assim como todo filme de terror que começa bem, mostrando a família feliz que vai habitar a casa mal–assombrada!

Todos felizes – a família – escolhemos nosso destino fazendo o Circuito Lagos Andinos pela SOLETUR. Sairíamos do Brasil com tudo pago: hotel, meia-pensão, transfers in e out para hotel/ aeroporto, tickets de barcas para as travessias dos Lagos. Apenas pagaríamos no local as atrações à parte - os extras - que toda excursão oferece! Iríamos embarcar no roteiro fantástico, com guia falando português, acessorados durante toda a viagem e ainda com um seguro-saúde para cobrir qualquer eventualidade, caso fosse necessário! Ou seja, aquele tipo de viagem: leve um dinheirinho pra fazer passeios, comprinhas, souvenirs, porque você já quitou/financiou a maior parte da despesa, e não se preocupe porque o guia vai fazer tudo por você: todos os seus problemas serão resolvidos.
Estava tudo OK! SOLETUR? Ah, empresa super-sólida, altamente recomendada, reconhecida internacionalmente... etc etc... Nenhum problema. Quem já viajou, sabe!

PARTE 2 – O GATO SUBIU NO TELHADO

Ah, como todas as viagens que anteriormente já havíamos feito por esta empresa, tudo transcorreu bem... Percorremos algumas cidades do Chile e finalizamos em Buenos Aires, Argentina. E foi aí que o bicho pegou!! A viagem que até então estava ótima, iria ter seu ápice naquela fatídica noite do dia 25/10. No roteiro, havia um opcional: uma atração super anunciada *A Noite do Tango* em uma das badaladíssimas casas noturnas do local! A quantia a ser paga por esta atração extra não era pouca (não me recordo porque - TKS GOD - eu e minha família não pagamos!), mas vocês podem imaginar: Fim de excursão é como fim de festa... Você ficou até àquela hora e não beijou o cara que queria, a noite está acabando, a maquiagem está borrando, o salto já está incomodando, a bebida já está te deixando alterada, se sobrar um cara feio e rolar uma pegação já é lucro! Fim de excursão é a mesma coisa... Está na hora de voltar pra casa, encarar os problemas, o sonho vai terminar... Se sobrou algum dinheiro, você não vai ficar pensando duas vezes... queima tudo! Principalmente porque neste roteiro não há opções de compras no estilo New York (eletroeletrônicos por preços fantásticos). É um roteiro pra curtir a natureza, as atrações locais, “sentir a cultura”... Bom, já deu pra sentir como estavam todos eufóricos se preparando pra ir ver o Tango! Alguns estavam até meio cansados, compraram o ingresso antecipadamente e estavam indo porque não haveria restituição, é claro!!!!!

** Pausa pra dica: nunca compre estas coisas antecipadamente, vai que você torce um joelho, passa mal e não pode cumprir o compromisso! Vai ter que pagar por ele, aliás: já ta pago!

Prossigamos: ... Era noite, todos se preparando, ouvia-se o zum zum zum no corredor do hotel, ... de repente o interfone toca no nosso quarto! ....hum..o que será que houve? .... O guia Fulano na linha nos chama. Pede que o representante de cada família compareça ao salão antes da partida para o Tango porque ele precisa dar “uma notícia”. Nossa, pensamos, será que morreu algum passageiro.

** OBS: As excursões da SOLETUR são conhecidas pela avançada faixa etária de seus passageiros, que, estando em um país distante, sentem-se invencíveis, esquecem do prazo de validade e resolvem tentar ousadias que sequer imaginariam se estivessem no país de origem. Desta forma, eles têm a oportunidade inédita de experimentar a eficácia, os preços salgados, e a tecnologia de ponta com relação a exames diagnósticos que são praticados no exterior e que, nem sequer são sonhados por um reles cliente credenciado pelos planos de saúde brasileiros. Ou seja, o sonho de consumo de viagem para passageiros hipocondríacos ou com Síndrome de Munchausen. Resultado: se não são engessados e voltam pra casa perdendo metade da excursão, passam o restante dela no leito do hospital. Isso para os mais *sortudos*!! Sendo assim, não é nada raro acontecer que um escorregou no box e foi para o hospital; outro, que nunca havia visto neve na vida, muito menos um par de esquis, tentou aventurar-se em uma manobra radical e foi para o hospital; outros ainda “caem da própria altura” por tropeçar na sombra e .. também vão para o hospital; e por aí vai... Os guias ficam loucos porque eles resolvem ter estes piripaques em dias diferentes o que significa dizer – em cidades diferentes! Mas e a excursão? ela segue... ela segue... Show must go on!!!

PARTE 3: O GATO CAIU DO TELHADO

Voltando.... Descemos eu e meu irmão. Do corredor próximo a tal sala já se ouviam os sussurros, os murmúrios. Aquele grupo de pessoas todas de pé, com olhar inquisitivo, grave, preocupado... Afinal, o que poderia ser tão grave? Hoje era a última noite em Buenos Aires e amanhã todos embarcavam para o Brasil. O quê de tão grave poderia ter acontecido, agora que já estávamos no fim da excursão? Entramos na sala, meu irmão e eu, e nos juntamos ao grupo tentando saber se *algo* já havia sido divulgado. Os passageiros se entreolhavam tentando perceber se havia alguém *ausente* ... mas nada!
De repente... faz-se um silêncio... O guia Fulano, que até então era um sujeito simpático, bem-humorado, controlado, despachado, cavalheiro ... não deixa de sê-lo! Mas revela-se extremamente emotivo! Ele entra na sala, e vai singrando a multidão que passa a voltar-se em sua direção... Os sussurros recomeçam à medida que ele chega a frente da sala de conferências. Uma das vozes se ergue perante as demais.. Então, Fulano? Qual é a *notícias* ? Silêncio! Apreensão! Fulano antes de pronunciar-se coloca a mão no peito. Faz um olhar quase teatral. Tira do bolso do paletó preto, um lencinho pequeno e vermelho!!!! Seus olhos enchem-se de lágrimas! Ele assoa o nariz no pequeno lenço vermelho! E o zum zum recomeça... Ele então, com a voz embargada, temta falar e está mudo. Abaixa os olhos, leva o lenço ao rosto e assoa o nariz novamente. Levanta o olhar avermelhado e faz sinal com as mãos para que se faça silêncio. A esta altura, o pensamento que vêm à mente é *morreu alguém*!!

PARTE 4: ERA GATO OU ERA LEBRE??

Ele então limpa a garganta e diz como se tivesse perdido a mãe e ou tivesse sido acometido do mal do século: “Gente, Eu tenho uma notícia para dar para vocês. Eu não sei nem como dizer isso”.
“Nossa, Meu Deus, Isso o quê???” Ouve-se todo o tipo de questionamento....
“A SOLETUR, Gente”... “A SOLETUR ..... faliu!!!”.. pronuncia finalmente...
Ouve-se então todo o tipo de coisas... ”OHHHHH” “Como?” “O que??” “Repete” “Não entendi?” “Quem?” “Mas como??”
e eu só pensei: “Fudeuuuu!!! Esta AINDA não é a *má notícia*!!!”
Novo esforço, um passageiro intercede diante da multidão. Pede silêncio. Com uma certa dificuldade... ** OBS: sabe momento crítico de pânico, confusão mental, quando você quer pedir silêncio a um a turba e acaba precisando fazer mais barulho.. pois é.... foi assim...
Voltando... Com uma certa dificuldade o silêncio mesmo que incompleto, se fez.
Ele então novamente, tirou o lencinho vermelho do bolso do paletó preto... chorou, torceu e retorceu os lábios, deixou escorrer algumas lágrimas.... olhos vermelhos... palavras entrecortadas...
“A SOLETUR FALIU”... “A SOLETUR FALIU”...
Do nosso lado, um senhor muito bem vestido para a Noite de Tango, faz um giro de 360º e termina com um tapa estalado no meio da testa e sonoros PQP ! (Ouvido por pessoas polidas que explodem no P.. e depois, sem voz, mas com todo a mímica labial pronunciam as outras palavras nitidamente? Então, foi assim.)
Olho para ele surpresa ele vira-se pra mim... diante dos meus olhos arregalados... perante a cena dele: giro magnífico.. explica pra mim como se me conhecesse há anos... “Eu tenho uma carta de crédito com a SOLETUR... no valor de ...” (afff... precisa mencionar? Pelo giro vocês podem imaginar!!!! Não foi uma perda pequena!!! Na ordem de 4 dígitos gordos!! ) Olho em volta .. há OUTROS passageiros na MESMA situação!!
Novo caos ... agora é quase impossível conseguir silêncio... as pessoas estão realmente em pânico! Muita gente havia pago por excursões mais caras mas estas não fecharam. A estes passageiros foram oferecidos esta excursão mais barata e, pelo contrato/ condições gerais, a OPERADORA SOLETUR, se permitia o direito a entregar uma carta de crédito, no valor restante, para ser usufruído DEPOIS.

PARTE 5: AGORA INÊS É MORTA!

** Nossa, como fede a golpe, hein?
Olha, a cena seria cômica se não fosse trágica.... Lembro de ter voltado pro quarto pra dar a notícia para o resto da família... E dei a notícia rindo (apesar da raiva, pois foi uma sacanagem) Porque a atuação do guia foi impecável... Só assim ele conseguiu escapar ileso dando uma notícia destas para uma multidão que, tomada pela fúria e pelo desespero, poderia ter feito dele um saco de pancadas! Ele, espertamente, solidarizou-se com os passageiros, transformando-se em vítima também.

Bom, ninguém havia morrido e nem morreu! Nem teve síncope apesar de ouvir aquilo. O guia juntou-se ao grupo como vítima: agora ele nem era mais funcionário da empresa.. pois ela não existia! Mas ele honraria o compromisso de levar todos de volta ao Brasil.

** Ah! detalhe: Há um “hábito” de recolher-se uma caixinha para o guia, o motorista, (ou até para o guia local, quando este fica mais tempo com o grupo). Algumas vezes o guia faz o lobby com um dos passageiros e consegue alguém como porta-voz para esta ingrata tarefa. Outras vezes, ele próprio vai lá na frente do ônibus, faz um speech exaltando o quanto significa ter o nome reconhecido na empresa, o tempo de serviços prestados, coisas do gênero.... e faz ele mesmo o lobby! Alguns ainda, para conseguir uma gorjetinha maior ficam comentando sobre presentes caros que costumam receber de outros passageiros, sobre preferências por determinado artigo de grife menosprezando os produtos de valor inferior.. Isto tudo é uma estratégia de marketing pessoal para que os passageiros contribuam com valores mais elevados, na casa de três dígitos, o que causa um certo constrangimento para quem não pretendia gastar muito neste tipo de despesa. Concluindo: A caixinha do guia já havia sido paga no dia anterior! Ele não partiria com as mãos abanando!

Bom, cessado o teatro... A duras penas o silêncio instaurado, mas não a paz! Restava saber: o que deveria ser feito? A situação era a seguinte: O hotel não havia aceitado o cheque da SOLETUR, é OBVIO!

** A notícia da falência havia se espalhado por todos os jornais locais! Via-se o nome da SOLETUR em todas as manchetes dos jornais de Buenos Aires! Uma vergonha!!
Então, fazer o quê? A solução era que os passageiros pagassem – novamente – pelas diárias naquele hotel em Buenos Aires!!!

**Isso mesmo! Quem havia quitado a vista: ia pagar de novo!! Quem havia feito aravés da Financeira (AMRO Bank) não iria poder suspender o pagamento e ainda iria pagar de novo pelas diárias do hotel + café da manhã). O fator atenuante: foram apenas 2 diárias! Menos mal, mas chegava ao valor de $ 500 pesos.... podia não ser muito mas ... peraê... Ultimo dia de viagem, você está liso, liso!! E, pagar de novo??? Ninguém gosta de ser enganado, não é mesmo???

OU isso ou as malas não seriam liberadas... O Gerente do hotel estaria à disposição dos passageiros para reaver os valores na recepção. O vôo ainda estava de pé... os bilhetes com o Guia Fulano. Bom, antes que outra m* acontecesse, fomos buscar nossos bilhetes... E, sim, eles existiam!!

Bom, resumo: Aquele pique todo, aquele clima de confraternização de fim de excursão foi quebrado por esta notícia bombástica.... Depois de ouvir isso tudo... a multidão custou a dissolver... Os que partiam comentavam... “Como vamos pagar? Gastamos nossa última grana neste *Tango*? E agora?? Outros ainda estavam perplexos...

** susto / perplexidade / raciocínio lógico. O último estágio = raciocínio lógico, que é quando cai a ficha!!

Bom, outros ainda saiam conformados: “ O Tango já está pago, vamos beber .... depois, na volta a gente pensa nisso...” Nós, pobres mortais, também tivemos que pagar. Momentos depois, alguns dos passageiros foram ao nosso quarto pra comentar a tragicidade do fato... Muitos arrependidos por terem sido tão precipitados em comprar o Tango, pois agora estavam sem grana pra quitar o hotel. Neste momento, internamente, nos corria um arrepio - de alívio - pela espinha!!
Bom, pra encerrar, na volta ao Brasil, foram 2 vôos: Buenos Aires – São Paulo / São Paulo – Rio de Janeiro.

PARTE 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS

** Nem precisa dizer que o Guia Fulano embarcou o grupo para SP e foi em outro vôo. Chegando em SP ele foi visto no meio da multidão seguindo em direção oposta.
Desembarcamos em um dos Aeroportos de SP e ainda tivemos que pegar um táxi para seguir para o outro aeroporto!

** As manchetes da falência não estavam limitadas aos Jornais locais de Buenos Aires. Vocês devem se lembrar que há jornais nos aviões também... As manchetes do Globo e Jornal do Brasil não mostravam notícias diferentes!!! Que vergonha!!!

E pra fechar com chave de ouro: metade de nossas bagagens foi extraviada!! Felizmente, encontradas e entregues algum tempo depois, em nossa residência, danificadas... mas, ao menos a Cia. Aérea TAM arcou com o conserto, nem tudo estava perdido.

Esta história está participando da promoção do Blog GOITACÁ

terça-feira, 12 de junho de 2007

... Dia dos Namorados ...


12 de Junho é amanhã, quer dizer, daqui a pouco e não tive tempo de achar nada bonitinho ou interessante pra postar... Aliás, andei por aí achando mta coisa legalzinha na net, mas nada sobre namorados... Bom, de última hora encontrei esta imagem... que veio do blog LIDADORAS. Possivelmente desenhada pela autora do blog!

bye!

**C*A*R*P*E***D*I*E*M** !

segunda-feira, 11 de junho de 2007

( Erros de Viagem ) ((( Rio X Cuiabá )))) de busum!!


Estava ali, browseando o Goitacá, e me deparei com uma imagem do Cristo Redentor. Não era a original [Corcovado], e o fato de ser uma *cópia* me fez recordar uma viagem furada que fiz.

Eu estava, digamos, aham “apaixonada”!

E o carinha gostava muito de aventuras… Digamos que ele tinha um certo sangue *Rambo* nas veias, sabe como é? Então ele me convidou, de forma irrecusável, a conhecer seus parentes em Cuiabá, Mato Grosso. Mais especificamente, a sogrinha, a irmã e o cunhado dele.Enquanto ele tentava me entusiasmar com a idéia, pensei: “Legal!!.. Até que um passeio de avião não seria nada mal! Conhecer um lugar diferente…” E ele continuava a falar, falando sobre o Pantanal, que era lindo… As paisagens, a natureza… E eu pensando: “E… realmente, é um lugar um pouco quente… e úmido, mas tudo bem… Afinal, seriam alguns dias, mas é tudo *novidade*…” E vocês sabem, *novidade* é como acampamento: Pode chover, pode acontecer de você ser literalmente devorada pelos mosquitos, mas você acha graça de tudo, acha tudo bom porque, ora, *É NOVIDADE*!!! Ah, eu estava já entusiasmada com aquela história toda de viagem quando ele finalizou… “… e não vai demorar tanto assim…os ônibus são muito confortáveis!!” HÃÃÃÃ??? Ueeepa? Será que eu ouvi direito? “Mas como assim *ônibus*?” “É, ora.. vão ser apenas ..hum… 72horas”, ele falou assim com uma certa naturalidade “GULP [engoli em seco]” E ele acrescentou: “Essa viagem é tranqüila. É só pegar um * lugar bom*, perto da janela. Meu irmão já fez várias vezes, mas sozinho. Sozinho é ruim porque você nunca sabe *quem* vai se sentar ao seu lado. Minha irmã e o marido também, com a filha ainda bebê, e correu tudo bem”. “Ah.. [riso amarelo] É mesmo? [outro riso amarelo]”OBS.: Moro no Rio. De Janeiro. Menos pior do que se fosse no Rio Grande do Sul.. kkk mas ainda assim, foram quase dois mil quilômetros!!!

Não me pergunte *como*

[epa, também não vou responder.. heheh] mas fui convencida de que seria uma viagem assim… *diferente*. Iríamos chegar mais descansados. O ônibus, confortável. As poltronas, reclináveis. Seria tudo muito *tranqüilo*. “Ah, ta… [sorriso amarelo]”Bom, no dia marcado estava eu de malas prontas, mas *vestida a caráter* pra embarcar na Rodoviária. Aliás, malaS não, mala! “Porque, se vamos de ônibus, temos que reduzir a bagagem, não é?” explicou-me ele.OBS: Estar *vestida a caráter* para embarcar na Rodoviária é bem diferente de estar *vestida a caráter* para embarcar em um avião. Então, fui de moleton, tênis velho, tudo muito *confortável* [bleargh] pra Rodoviária, com uma mala velha e uma bolsa tipo saco com coisas extremamente necessárias para as *paradas*. “Paradas? Mas que paradas são estas?”.


OBS.: Eu confesso nunca ter feito uma viagem distante de ônibus que levasse mais de 3 horas. “Ah, são os lugares que o ônibus pára, assim os passageiros lancham, almoçam, esticam as pernas, vão ao banheiro, estas coisas…” “Ah, sei. Então tem lugar legal pra almoçar é?”, perguntei [ingenuamente] animada. “Bom, mais ou menos.” E eu: [GULP]. “Mas algumas são *muito boas*”. “Ah…sei”, com um sorriso amarelo tentando me recuperar do [GULP].


OBS.: Será que preciso dizer que minha mãezinha ficou preocupada com esta aventura, acho que não né? Vocês são bons em captar as entrelinhas.. hehehe.


Chegando à Rodoviária, era uma espécie de feriado…


Será que você consegue imaginar a Rodoviária Novo Rio lotada??? Claro que sim. Acho que todo mundo na vida, ao menos uma vez, já se aventurou a viajar pra Região dos Lagos no Carnaval. É assim que estava o local! Conseguimos chegar à plataforma de embarque com certa dificuldade. Sim, já tínhamos comprado a passagem com antecedência. Ah, outra *coisinha*. A cada parada era necessário ficar de olho no bagageiro do ônibus, sim, pra ver se a bagagem não ia sair de fininho. É, “acontece”. Faltou dizer que durante o percurso, haveria troca de ônibus. Isso, eu ainda ia encarar uma *baldeação*!!!


Bom, sentamos juntos e conseguimos relaxar.


Ah, sim, embarcamos no final da tarde, por volta de 16h, por aí. Por que? Ah, imagina no calor sentada o tempo todo, com o sol batendoem cima. Ar condicionado? Hãã? Nãããooo. Lembro que não fomos de ônibus leito [era meio caro demais ou não tinha mais passagem disponível]. No início da viagem foi tudo tranqüilo. Sentei confortável, comi algumas das coisas que trazia na bolsa enquanto conversávamos. A primeira parada, lembro bem, foi um alívio!! Banheiro, oba!! Kkkk. Foi em Aparecida, a caminho de SP e já era fim de tarde/noite.


Não lembro de *todos* os detalhes, nem de todas as paradas, mas lembro do calor. Muito menos me interessei em saber o nome das cidades pelas quais íamos passando. Algumas delas com nomes estranhos. Pelo caminho que o ônibus fazia era difícil reconhecer certos locais, apesar de alguns deles serem conhecidos. À medida que o tempo passava e a noite chegava, o ônibus ficava mais vazio e mais silencioso. Isso também significava *espaço*. Desta forma podíamos sentar separados e ocupar duas cadeiras para esticar as pernas, pegar um ventinho, estas coisas. Quanto mais o percurso nos distanciava das capitais, e avançava para o interior, notava que a paisagem mudava, e com ela também mais *precárias* eram as paradas. E quando digo *precárias* é isso mesmo que quero dizer. Passamos por várias paradas precárias. Você percebe que a parada é precária quando nota o artesanato local, e a falta de infra-estrutura.


Lembro que comi muito pouco nesta viagem.


Não lembro de ter almoçado direito até encontrar um lugar em que as instalações me deixassem confiante pra fazer isso. E como este lugar custou a chegar!! Ainda bem que o carinha me deu algumas *dicas* do tipo, beber Toddyinho e comer queijo quente: era o que podia ser menos *venenoso*. Era salgado, não enjoava, enganava a fome e ao menos eu não iria ficar doente e ter uma diarréia durante a viagem.Um dos pontos altos da viagem foi quando vi o tal Cristo. Era o sinal de que estávamos quase chegando lá, finalmente J.


Os outros foram o da *pior parada* e o da *melhor parada*.


A *pior parada* podia ser comparada a uma banca de camelô debaixo de uma árvore sendo o chão de terra batida com umas galinhas ciscandoem volta. Isso mesmo, ficava bem ali, no meio do nada. Tudo bem, não chegava a tanto, mas era muito perto disso: só não era embaixo da árvore. A lanchonete ficava na janela da casa do sujeito. E se alguém quisesse usar o banheiro era lá mesmo.Ah… mas tive o prazer de conhecer a *melhor parada*! Nossa!! Ainda me lembro como se fosse hoje: Era Rodo-alguma-coisa! Era noite ou era madrugada. Tive a mesma sensação que teria um ser sedento ao avistar um oásis. No meio do nada, no meio da escuridão, lá estava aquele local super iluminado. Tinha muitas comidas saborosas *eita fome* e o banheiro além de limpo era cheirosinho.


Banho? Ah que saudade disso…. Não, não dava tempo de tomar um banho decente. O tempo não permitia, nem as instalações. Quando não faltava limpeza faltavam chuveiros. Ou os dois. Em alguns lugares o banheiro estava tão lotado… Isso foi no início da viagem, em Aparecida, no Santuário. Mas estas paradas técnicas só davam pra usar o pipi-room, lavar o rosto, renovar o desodô, escovar os dentes e comer *alguma coisa*, ou seja: o básico.


Nem precisa dizer que cheguei com *aquela cara* ao destino. Não, *aquela cara* não significa que cheguei mal humorada. De jeito nenhum. Até que encarei a aventura de bom humor. Cheguei foi toda amarrotada, moída, a cara amassada, me sentindo melada, suja..arghhh.. um horror. Era noite. E tenho a foto tirada na Rodoviária de Cuiabá pra provar que eu cheguei lá! Rss.. Quer dizer, a foto do meu namorado, pois eu estava tão horrível que nem me atrevi a aparecer na frente da lente. Ele *aff* parecia um foragido, ou melhor, um retirante: sandália de dedo, um short amarrotado, camiseta sem manga que não combinava com o short: uma figura! E a mala: no bagaço!


Ah, durante toda a viagem eu havia levado na bolsa saco minha máquina fotográfica: uma olympus automática. Não, isso foi antes da era digital. Essa era uma 35 mm. Mas diante dos locais, das paradas, dos *cuidados* fiquei até com medo de sacar a câmera e registrar os detalhes da viagem. Teria sido interessante.


Um dos piores momentos da viagem, depois da *pior parada*, foi quando trocamos de ônibus. Entramos em um veículo tão confortável quanto o primeiro, mas que parecia ser usado para os *trechos internos* do percurso. Arrgghh.. o busum fedia, era sujo, um horror!! Sim, era no-jen-to! Mais tarde, no trecho próximo à chegada, mudamos para um *melhorzinho*. Sim, quando cheguei na casa da *sogrinha* depois de dizer “oi”, pousar as malas e lavar as mãos, o que eu mais queria, depois de comer algo *decente* era tomar um bom, quente, demorado e limpo banho! Ah… nunca um banho foi tão bom!


No dia seguinte, banho tomado, café da manhã tomado… beleza! Eu era outra pessoa, ou melhor: eu era EU de novo!! Saímos, alugamos um carro e fomos conhecer a Chapada dos Guimarães. Há lugares muito lindos. Tomamos banho em algumas das cachoeiras, mas não fomos muito longe. Neste dia sim, bati muitas fotos. Ficamos apenas 2 ou 3 dias por lá. Conhecemos um casal de vizinhos, gente boa que nos emprestou a câmera de vídeo com uma fita para gravarmos nosso passeio pela Chapada. Nem lembro se guardei a fita. Sabe como é, depois que o namoro acaba [mal] você fica mais é querendo detonar as fotos ou qualquer coisa que lembre aquela pessoa. E fica *ligeiramente* arrependida de ter feito *algumas coisas*, incluindo esta viagem.


Nossa viagem de aventura continuaria voltando ao Rio de Janeiro com uma parada em Brasília, outra em São Paulo: mais alguns parentes para conhecer. Só que chega um momento em que você não agüenta mais conhecer parentes, trocar gentilezas, sentir que esta incomodando os outros, ter que acompanhar os passeios dos outros, se sentir fora da sua casa, do seu conforto, dos seus horários… Eu queria mais era voltar pra minha casa, pra minha zona de conforto, como dizem alguns. A viagem de aventura já estava perdendo o encanto. E já começava a me incomodar com o fato de dependermos do transporte de outras pessoas para ir daqui até ali… Sabe como é, em Brasília tudo é longe; em São Paulo, não há como dar um *pulinho ali* sem estar com um carro. Metrô não leva a qualquer lugar. E percebi que meu namorado era um péssimo guia de turismo. Ele só me levava aonde ele queria ir, e não aonde eu queria ir. Em pouco tempo a viagem de aventura virou um pesadelo. Ele me levou para conhecer o interior do MASP quando eu queria conhecer o bairro da Liberdade.


A volta foi menos emocionante. Demorou mais, como era de se esperar. E não pude evitar uns pulinhos de alegria quando cheguei em *terra firme*. Algum tempo depois meu namorado sugeriu uma outra viagem que foi rapidamente recusada!!! Estava cansada de *emoções fortes*!


Ah sim… depois disso o namoro também não durou muito mais tempo…


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