terça-feira, 7 de dezembro de 2010

( Discurso de encerramento )

Formatura Turma 1010

Prezado Dr. Eli3z3r B4tist4, nosso patrono, Coronel Ricardo, nosso paraninfo, convidados, amigos veteranos e meus colegas calouros b3n3d3ns3s,

Nós que chegamos agora no 8ND3S já temos a primeira tarefa: agradecer.

Lembrando, sempre, que estamos aqui porque passamos em um concurso considerado como dos mais difíceis e seletivos do Brasil, temos que agradecer, primeiro, por ter tido ânimo e vontade para enfrentá-lo. Depois, pelo conhecimento e inteligência para responder bem às questões da prova; em seguida pela tranquilidade para esperar o resultado que, no caso dos engenheiros, foi um exercício especialmente exigente para o sistema cardiovascular, pois que a homologação só veio 6 meses depois, o que nos habilita, no mínimo, ao ingresso em curso de formação para monges tibetanos ou carmelitas descalças.

E fomos aprovados. Beijos, telefonemas de tios afastados, elogios dos avós: “Eu sabia. Esse meu neto é danado! Herdou do avô.” Mas faltava a provação da fila de espera. E novamente devemos ser gratos por enfrentar com estoicismo e paciência esses 2 anos. Sempre de olho na lista: “Chamaram mais 2. Faltam só 123 para eu cruzar a fita.” Fé e esperança foram os mandamentos a seguir, sem baixar a cabeça. Um dia eu chego. E chegamos, graças a Deus. Mas ainda faltavam os exames médicos. Mais 15 dias e chegou a carta: “...apresente-se dia 1 de outubro, e retire o crachá de funcionário novo com a recepcionista.” E aí agradecemos por nossa saúde. Passamos. Vitória.

Não tenho certeza de que vocês, veteranos de Banco, tenham consciência disso, mas uma coisa que nos impressiona ao chegar aqui é a forma como somos recebidos. Muitos de nós trabalharam em grandes empresas e podem confirmar: é muito raro encontrar tanta organização e competência. Falo por mim: nunca vi nada sequer parecido. A tranquilidade que isso nos dá não tem preço. E o orgulho, porque imediatamente vem aquela sensação boa: eu agora faço parte desse time. Esses sentimentos se reforçam a cada dia durante a integração, pelo alto nível das palestras e dos palestrantes, a transparência na divulgação das informações e a independência nas colocações de todos. O alto nível do pessoal do Banco fica claro desde o início.

No curso de formação que recebemos, constatamos outra vez o compromisso com a excelência: professores dos melhores do país e das instituições mais gabaritadas que temos, reconhecidos por sua competência mesmo fora do Brasil. Uma verdadeira pós-graduação latu sensu concentrada. Ter contato com esses mestres foi um privilégio agradável: aprende-se muito, sem esforço. Esse investimento nós agradecemos ao Banco, mesmo sabendo que ele já fez sua análise e concluiu: a lucratividade neste caso é garantida.

Sem medo de errar, podemos dizer, parodiando alguém cujo nome não me ocorre agora, que nunca antes neste Banco houve turma como a nossa. Afinal, esta Turma é 10 10. É a turma de outubro de 2010. Outra parecida só, talvez, daqui a 100 anos. Nossa turma reflete bem a diversidade brasileira. Além da parte que é visível, somos cearenses, paraibanos, pernambucanos, gaúchos, baianos, paulistas da capital e do interior, capixabas, brasilienses com pé no Maranhão e cariocas de todos os sotaques. Para uma instituição que trata de Brasil, ter gente que conhece, desde a raiz, nossos regionalismos é capital de que o BNDES precisa para seus grandes projetos de desenvolvimento. Nada substitui a sensibilidade de quem viveu o ambiente, conhece seu povo, suas expectativas, seus sonhos, suas qualidades e também seus problemas. Isso é fundamental na análise e na adequação de projetos que chegam ao Banco, ou das soluções que ele mesmo propõe. Mais uma contribuição grau 10 desses calouros .

Ouvimos também falar sobre uma tradição benedense, ligada ao bom ambiente de trabalho, cujo resultado é um interessante índice de casamentos entre colegas. Modéstia à parte, um olhar rápido sobre a platéia confirma que a Turma só pode contribuir para a elevação desse índice.

A nossos amigos formandos de fora do Rio, uma sugestão: não resistam ao jeito alegre e descontraído do carioca. Não vale a pena abrir mão de ser feliz. Acolher bem a todos está no nosso sangue, mas vem também da história: desde que D. João aportou aqui nos acostumamos a receber, de tempos em tempos, gente de todos os estados. Mudava o presidente, e lá vinham seus conterrâneos. E muitos, muitos mesmo, gostaram e ficaram. Para nós isso é natural. Assim, o carioca é uma mistura saborosa de Brasil. E felicidade é o seu lema. Habituar-se a ser feliz é fácil, e ajuda a tornar a vida boa e o trabalho menos penoso. Se algum dia acontecer de chegar ao Banco meio triste, peça a nosso paraninfo para visitar o terraço: não há baixo astral que resista àquela vista.

Termino com uma mensagem a nossos colegas veteranos: podem ficar tranquilos quanto à manutenção do padrão de qualidade do Banco que vocês estabeleceram em nível tão alto. Sem arrogância: a peteca não vai cair.

A meus colegas calouros, agradeço pela gentileza de terem me escolhido para falar pela Turma. Sei que foi por mera delicadeza, mas espero que tenha dito o que vocês gostariam de dizer se estivessem aqui. Quero trabalhar com vocês.

Obrigado e sejam felizes.

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2 comentários:

Diógenes Pacheco disse...

PARAB3N5!

Roberta disse...

0brig4d4!! :-)
Foi difícil e árduo o caminho!! mas cheguei lá :-)))